Celulas
As Células Constituem os Seres Vivos
Os seres vivos diferem da matéria bruta
porque são constituídos de células. Os vírus são seres que não possuem células,
mas são capazes de se reproduzir e sofrer alterações no seu material genético.
Esse é um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou não seres
vivos.
A célula é a menor
parte dos seres vivos com forma e função definidas. Por
essa razão, afirmamos que a célula é a unidade estrutural dos seres vivos. A
célula - isolada ou junto com outras células - forma todo o ser vivo ou parte
dele. Além disso, ela tem todo o "material" necessário para realizar
as funções de um ser vivo, como nutrição, produção de energia e reprodução.
Cada célula do nosso
corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade
"comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células
do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células,
que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas
garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida.
As células que formam o organismo da
maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu núcleo, por
isso, são chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é constituída de
membrana celular, citoplasma e núcleo.
Nestas figuras você pode comparar uma
célula humana (animal) com uma célula vegetal. A célula vegetal possui parede
celular e pode conter cloroplastos, duas estruturas que a célula animal não
tem. Por outro lado, a célula vegetal não possui centríolos e geralmente não
possui lisossomos, duas estruturas existentes em uma célula animal.
A membrana plasmática
A membrana plasmática é uma película
muito fina, delicada e elástica, que envolve o conteúdo da célula. Mais do que
um simples envoltório, essa membrana tem participação marcante na vida celular,
regulando a passagem e a troca de substancias entre a célula e o meio em que
ela se encontra.
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Muitas substâncias entram e saem das células de
forma passiva. Isso significa que tais substâncias se deslocam livremente,
sem que a célula precise gastar energia. É o caso do gás oxigênio e do gás
carbônico, por exemplo.
Outras substâncias entram e saem das células de
forma ativa. Nesse caso, a célula gasta energia para promover o transporte
delas através da membrana plasmática. Nesse transporte há participação de
substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. Nossas células
nervosas, por exemplo, absorvem íons de potássio e eliminam íons de sódio por
transporte ativo.
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Observe a membrana plasmática. Ela é
formada por duas camadas de lipídios e por proteínas de formas diferentes entre
as duas camadas de lipídios.
Dizemos, assim, que a membrana
plasmática tem permeabilidade seletiva, isto é, capacidade de selecionar as
substâncias que entram ou saem de acordo com as necessidades da célula.
O citoplasma
O citoplasma é, geralmente, a maior
opção da célula. Compreende o material presente na região entre a membrana
plasmática e o núcleo.
Ele é constituído por um material semifluido,
gelatinoso chamado hialoplasma. No hialoplasma ficam imersas as organelas
celulares, estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão,
respiração, excreção e circulação. A substância mais abundante no hialoplasma
é a água.
Vamos, então, estudar algumas das mais
importantes organelas encontradas em nossas células: mitocôndrias,
ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos e
centríolos.
As mitocôndrias e a produção de
energia.
As mitocôndrias são organelas membranosas (envolvidas por membrana) e que têm
a forma de bastão. Elas são responsáveis pela respiração celular, fenômeno
que permite à célula obter a energia química contida nos alimentos
absorvidos. A energia assim obtida poderá então ser empregada no desempenho
de atividades celulares diversas.
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Um dos "combustíveis" mais
comuns que as células utilizam na respiração celular é o açucar glicose. Após a
"queima" da glicose, com participação do gás oxigênio, a célula obtêm
energia e produz resíduos, representados pelo gás carbônico e pela água. O gás
carbônico passa para o sangue e é eliminado para o meio externo.
A equação abaixo resume o processo da
respiração celular:
glicose + gás oxigênio ---> gás carbônico +
água + energia
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Organelas Celulares
Os ribossomos e a
produção de proteínas
As células produzem diversas
substâncias necessárias ao organismo. Entre essas substâncias destacam-se as
proteínas. Os ribossomos são organelas não membranosas, responsáveis pela produção
(síntese) de proteínas nas células. Eles tanto aparecem isolados no citoplasma,
como aderidos ao retículo endoplasmático.
O retículo
endoplasmático e a distribuição de substâncias
Essa organela é constituída por um
sistema de canais e bolsas achatadas. Apresenta várias funções, dentre as quais
facilitar o transporte e a distribuição de substâncias no interior da célula.
As membranas do retículo endoplasmático
podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa. A presença
dos ribossomos confere à membrana do retículo endoplasmático uma aparência
granulosa; na ausência dos ribossomos, a membrana exibe um aspecto liso ou
não-granulosos.
Organelas Celulares
O complexo
de golgi e o armazenamento das proteínas
É a organela celular que armazena parte das proteínas produzidas
numa célula, entre outras funções. Essas proteínas poderão então ser usadas posteriormente
pelo organismo.
Os
lisossomos e a digestão celular
São organelas que contêm substâncias necessárias à digestão
celular. Quando a célula engloba uma partícula alimentar que precisa ser
digerida, os lisossomos se dirigem até ela e liberam o suco digestório que
contêm.
Fagocitose
e pinocitose
Imagine
um glóbulo branco do nosso
corpo diante de uma bactéria invasora que ele irá destruir. A bactéria é grande
demais para simplesmente atravessar a membrana plasmática do glóbulo. Nesse
caso, a membrana plasmática emite expansões que vão envolvendo a bactéria.
Essas expansões acabam se fundindo e a bactéria é finalmente englobada e
carregada para o interior da célula.
A esse fenômeno de englobamento de partículas dá-se o nome de fagocitose. Caso a célula englobe uma partícula
líquida, o fenômeno é chamado pinocitose e, nesse caso, não se forma as
expansões típicas da fagocitose.
Os centríolos e a divisão celular
Os centríolos são estruturas cilíndricas formadas por microtúbulos
(tubos microscópicos). Essas organelas participam da divisão celular,
"orientando" o deslocamento dos cromossomos durante esse processo.
Geralmente cada célula apresenta um par de centríolos dispostos
perpendicularmente.
O núcleo da célula
O botânico escocês Robert Brown (1773 -
1858) verificou que as células possuíam um corpúsculo geralmente arredondado,
que ele chamos de núcleo (do grego nux: 'semente'). Ele
imaginou que o núcleo era uma espécie de "semente" da célula.
O núcleo
é a maior estrutura da célula animal e abriga os cromossomos. Cada cromossomo
contém vários genes, o material genético que comanda as atividades celulares.
Por isso, dizemos que o núcleo é o portador dos fatores hereditários
(transmitidos de pais para filhos) e o regulador das atividades
metabólicas da célula. É o "centro vital" da célula.
Envoltório
nucler - É a
membrana que envolve o conteúdo do núcleo, ela é dotada de numerosos poros, que
permitem a troca de substãncias entre o núcleo e o citoplasma. De maneira geral,
quanto mais intensa é a atividade celular, maior é o número de poros na
carioteca.
Nucleoplasma
- É o
material gelatinoso que preenche o espaço interno do
núcleo.
Nucléolo - Corpúsculo arredondado e naõ membranoso que se acha imerso na
cariolinfa. Cada filamento contém inúmeros genes. Numa célula em divisão, os
longos e finos filamentos de cromatina tornam-se mais curtos e mais grossos:
passam, então, a ser chamados cromossomos.
Os cromossomos são responsáveis pela
transmissão dos caracteres hereditários.
A Divisão Celular
Os cromossomos são responsáveis pela
transmissão dos caracteres hereditários, ou seja, dos caracteres que são
transmitidos de pais para filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o número
deles, variam de uma espécie para a outra. As células do corpo de um chimpanzé,
por exemplo, possuem 48 cromossomos, as do corpo humano, 46 cromossomos, as do cão, 78 cromossomos e as do feijão 22.
Note que não há relação entre esse número e o grau
evolutivo das espécies.
Os 23 pares de cromossomos
humanos.
Os cromossomos são formados basicamente
por dois tipos de substâncias químicas: proteínas e ácidos nucléicos. O ácido nucléico
encontrado nos cromossomos é o ácido desoxirribonucléico –
o DNA. O DNA é a substância química que forma o gene. Cada gene possui um
código específico, uma espécie de “instrução” química que pode controlar
determinada característica do indivíduo, como a cor da pele,
o tipo de cabelo, a altura, etc.
Cada cromossomo abriga inúmeros genes,
dispostos em ordem linear ao longo de filamentos. Atualmente, estima-se que em
cada célula humana existam
de 20 mil a 25 mil genes. Os
cromossomos diferem entre si quanto à forma, ao tamanho e ao número de genes
que contêm.
Células haplóides e diplóides
Para que as células exerçam a sua
função no corpo dos animais, elas devem conter todos os cromossomos, isto é
dois cromossomos de cada tipo: são as células diplóides. Com exceção das
células de reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são
diplóides. Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas um cromossomo de
cada tipo. São as células haplóides. Os gametas humanos – espermatozóides e
óvulos – são haplóides. Portanto os gametas são células que não exercem nenhuma
função até encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga
genética.
Nos seres humanos,
tanto o espermatozóide como o óvulo possuem 23 tipos diferentes de cromossomos,
isto é, apenas um cromossomo para cada tipo. Diz-se então que nos gametas
humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes). As demais células
humanas possuem dois cromossomos de cada tipo. Essas células possuem 46
cromossomos (23 pares) no núcleo e são representadas por 2n = 46.
Nas células diplóides do nosso corpo,
os cromossomos podem, então, ser agrupados dois a dois. Os dois cromossomos de
cada par são do mesmo tipo, por possuírem a mesma forma, o mesmo tamanho e o
mesmo número de genes. Em cada par, um é de origem materna e outro, de origem
paterna.
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Tipos de divisão celular
As células são originadas a partir de
outras células que se dividem. A divisão celular é comandada
pelo núcleo da célula.
Ocorrem no nosso corpo dois tipos de divisão
celular: amitose e
a meiose.
Antes de uma célula se dividir,
formando duas novas células, os cromossomos se duplicam no núcleo. Formam-se
dois novos núcleos cada um com 46 cromossomos. A célula então divide o seu
citoplasma em dois com cada parte contendo um núcleo com 46 cromossomos no
núcleo. Esse tipo de divisão celular, em que uma célula origina duas
células-filhas com o mesmo número de cromossomos existentes na célula mãe, é
chamado de mitose.
Portanto, a mitose garante que cada uma das
células-filhas receba um conjunto complementar de informações genéticas. A
mitose permite o crescimento do indivíduo, a substituição de células que
morrem por outras novas e a regeneração de partes lesadas do organismo.
Mas como se formam os espermatozóides
e os óvulos, que têm somente 23 cromossomos no núcleo, diferentemente das
demais células do nosso corpo?
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Na formação de espermatozóides e de
óvulos ocorre outro tipo de divisão celular: a meiose.
Nesse caso, os cromossomos também se
duplicam no núcleo da célula-mãe (diplóide), que vai se dividir e formar
gametas (células-filhas, haplóides). Mas, em vez de o núcleo se dividir uma só
vez, possibilitando a formação de duas novas células-filhas, na meiose o núcleo
se divide duas vezes. Na primeira divisão, originam-se dois novos núcleos; na
segunda, cada um dos dois novos núcleos se divide, formando-se no total quatro
novos núcleos. O
processo resulta em quatro células-filhas, cada uma com 23 cromossomos.
Níveis de Organização do Corpo Humano
No nosso corpo, existem muitos tipos de células,
com diferentes formas e funções. As células estão organizadas em grupos, que
“trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada
função. Esses grupos de células são os tecidos.
Os tecidos do corpo humano
podem ser classificados em quatro grupos principais: tecido epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Tecido epitelial
As células do tecido epitelial
ficam muito próximas umas das outras e quase não há substâncias preenchendo
espaço entre elas. Esse tipo de tecido tem como principal função revestir e
proteger o corpo. Forma a epiderme, a camada mais externa da pele, e
internamente, reveste órgãos como a boca e o estômago.
O tecido epitelial também forma as
glândulas – estruturas compostas de uma ou mais células que fabricam, no nosso
corpo, certos tipos de substâncias como hormônios, sucos digestivos,
lágrima e suor.
Tecido conjuntivo
As células do tecido conjuntivo são
afastadas umas das outras, e o espaço entre elas é preenchido pela substância intercelular.
A principal função do tecido conjuntivo é unir e sustentar os órgãos do corpo.
Esse tipo de tecido apresenta diversos
grupos celulares que possuem características próprias. Por essa razão, ele é
subdividido em outros tipos de tecidos. São eles: tecido adiposo, tecido
cartilaginoso, tecido ósseo, tecido sanguíneo.
O
tecido adiposo é formado por adipócitos, isto é, células que armazenam gordura. Esse tecido encontra-se abaixo da pele, formando
o panículo adiposo, e também está disposto em volta de alguns órgãos. As
funções desse tecido são: fornecer
energia para o corpo; atuar como isolante térmico,diminuindo
a perda
de calor do
corpo para o ambiente; oferecer proteção contra choques mecânicos (pancadas, por exemplo).
Imagem
de microscópio óptico de tecido adiposo. Note que as linhas são as
delimitações das células e os pontos roxos são os núcleos dos adipócitos. A
parte clara, parecendo um espaço vazio, é a parte da célula composta de
gordura.
Tecido conjuntivo
Tecido cartilaginoso forma
as cartilagens do nariz, da orelha, da traquéia e está presente nas
articulações da maioria dos ossos. É um tecido resistente, mas flexível.
Nariz e orelha são
formados por cartilagem.
Células
cartilagíneas vista ao microscópio óptico.
O tecido ósseo forma os ossos. A sua rigidez (dureza) deve-se à impregnação de
sais de cálcio na substância intercelular.
O esqueleto humano é uma estrutura
articulada, formada por 206 ossos. Apesar de os
ossos serem rígidos, o esqueleto é flexível, permitindo amplos movimentos ao
corpo graças a ação muscular.
O
tecido sangüíneo constitui o sangue, tecido líquido. É formado por diferentes tipos de célulascomo:
- os glóbulos vermelhos ou hemácias, que transportam oxigênio;
- os glóbulos brancos ou leucócitos, que atuam na defesa do corpo contra microrganismos invasores;
- fragmentos (pedaços) de células, como é o caso
das plaquetas, que atuam na coagulação do sangue.
A substância intercelular do tecido
sanguíneo é o plasma, constituído principalmente por água, responsável pelo
transporte de nutrientes e de outras substâncias para todas as células.
Componentes
do sangue visto em microscópio eletrônico. As células vermelhas são
os glóbulos vermelhos e a branca o glóbulo branco.
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